A
história dos ciganos é toda baseada em suposições. E a razão é simples: faltam
documentos. Os ciganos são um povo sem escrita. Eles nunca deixaram nenhum
registro que pudesse explicar suas origens e seus costumes. Suas tradições são
transmitidas oralmente, mas nem disso eles fazem muita questão – os ciganos
vivem o hoje, não se interessam por nenhum resquício do passado e não se
esforçam por se manterem unidos. A dificuldade em se fixar, o conceito quase
inexistente de propriedade e a forma com que lidam com a morte – eliminando
todos os pertences do falecido – dificultam ainda mais o trabalho aprofundado
de pesquisa.
Uma
teoria, contudo, é aceita pela maioria dos especialistas. A partir da
constatação da semelhança entre as línguas romani (praticada pelos rom, o maior
dos grupos ciganos) e hindi (variação do sânscrito, praticada no noroeste da
Índia, onde hoje fica o Paquistão), foi possível elucidar a primeira e grande
diáspora cigana. Um grande contingente, formado, possivelmente, por uma casta
de guerreiros, teria abandonado a Índia no século 11, quando o sultão persa
Mahmoud Ghazni invadiu e dominou o norte do país. De lá, emigraram para a
Pérsia, onde hoje fica o Irã. A natureza nômade de muitos grupos ciganos,
entretanto, também permite supor um movimento natural de imigração que tenha
chegado à Europa conforme suas cidades se desenvolviam, oferecendo oportunidades
de negócios para toda sorte de viajantes e peregrinos.
Imagina-se que existam 15 milhões de ciganos espalhados pelo mundo. Como
tudo relacionado a esse universo, essa é só uma estimativa – eles vivem à
margem da sociedade e não costumam participar de pesquisas de censo demográfico.
Tanto no Brasil quanto na Europa, o analfabetismo
entre os ciganos é alto. Por aqui, segundo a historiadora Isabel Fonseca, 3 em
cada 4 mulheres ciganas são analfabetas. Por lá, escolas que só aceitam ciganos
têm os piores níveis de qualidade. A falta de estudo e a vida à margem os empurram
cada vez mais para a criminalidade, o que alimenta as visões deturpadas e
generalizadas que sobrevivem desde os primeiros contatos entre ciganos e
europeus. Enquanto não forem compreendidos, eles se mudarão e começarão tudo de
novo. Seguirão vivendo sua saga cigana.
Existe um projeto de preservação da cultura
cigana e sua inserção na escola, pois pela dificuldade e falta de documentos necessários
para a matricula, muitas crianças da comunidade cigana ficam sem serem
alfabetizadas. O responsável por ir atras dos direitos dos ciganos aqui no Brasil é o Claudio Domingos Iovanovitchi, que mostra a cultura, em seminarios para que professores trabalhem nas escolas, divulgando a cultura para os desconhecidos. A caravana cigana mostra uma vasta forma de trabalhar os conteúdos em sala, inclusive com os movimentos na educação física, para maiores informações entrar em contato no site www.caravanacigana.com.
Att. Tatiane Perucelli
Fontes: http://super.abril.com.br/cultura/saga-cigana-447715.shtml
http://www.caravanacigana.com/2013/05/associacao-de-preservacao-da-cultura.html
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