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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Devemos fazer exercícios aeróbios em jejum? - Por Jonathas Stadler

      Acordar cedo, tomar café para não faltar energia, esperar um tempinho e ir praticar exercícios para perder as gordurinhas que tanto incomodam. Este é o início de dia de muita gente que quer perder aquele pneuzinho que tanto insiste em ficar ali, mas será que está tudo na mais perfeita ordem? Afinal, o ideal é fazer uma atividade aeróbia em jejum ou devidamente alimentado? Qual método possui mais eficiência na perda da gordura localizada?

      De acordo com o texto de Waldemar Marques Guimarães Neto e colaboradores, é possível solicitar três vezes mais gordura se exercitando pela manhã, em jejum, comparado à mesma atividade promovida no período da tarde após as refeições. O pesquisador Torbjorn Akerfeldt recomenda pelo menos seis horas em jejum antes da atividade. A explicação é que nesta situação o organismo não tem muito glicogênio estocado para ser solicitado como fonte de energia, ou seja, teria que ir direto aos depósitos de gordura para fornecimento de energia para que se possa completar a atividade.



      No estado alimentado, a fonte predominante de energia é a reserva de glicogênio hepático e muscular, e a maior participação dos lipídios ocorre somente após 20-25 minutos de atividade. As proteínas, por meio da via proteolítica, são responsáveis por apenas 5-15% do fornecimento de energia neste processo. Já no estado de jejum, devido à baixa reserva de glicogênio e conseqüente reduzida participação da via glicolítica, a fonte predominante de energia são as gorduras, por meio da beta-oxidação, ou seja, os triglicerídeos são quebrados em glicerol e ácidos graxos e este último é convertido em Acetil CoA para posterior entrada no ciclo de Krebs e oxidação (CHAMPE, HARVEY, FERRIER, 1996).

     
       É importante destacar que objetivo do aeróbico em jejum não é melhora de rendimento, mas sim maior queima de gorduras. Desta forma torna-se indispensável observar que a introdução deste tipo de atividade não é tão fácil quanto parece, pois algumas pessoas têm facilidade de se adaptar a este tipo de programa e outras nem tanto. Em estado de repouso, o organismo pode se adaptar ao jejum com certa facilidade, mas durante exercícios, a situação pode não ser tão simples.



     Muitas pessoas não conseguem se adaptar de forma eficiente à aerobiose em jejum e podem até desmaiar, reação de defesa do organismo que pode provocar danos neurais. Portanto, muito cuidado ao introduzir esse tipo de proposta. Normalmente, recomenda-se para indivíduos aparentemente saudáveis, iniciar com um tempo de execução em torno de oito a 10 minutos, adicionando mais dois minutos a cada duas sessões até chegar a um período de 20 a 40 minutos de atividade. Outro ponto importante é, após executar a atividade, só realizar a primeira refeição do dia num tempo entre 20 e 30 minutos, pois o organismo continua a utilizar ácidos graxos após o exercício durante este tempo.


      Diante disto, é evidente que a aerobiose em jejum é mais eficaz com o objetivo de maior oxidação de gorduras, contudo, o indivíduo sempre deve estar atento para não exagerar no tempo, da intensidade e no uso prolongado desta técnica, afinal todo exagero na vida é desaconselhado. Fica aí a dica. Grande abraço e bom domingo a todos.

Por Jonathas Stadler


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