Total de visualizações de página

Pesquisar no blog

sábado, 19 de maio de 2012

Por que estamos engordando?

A obesidade já é caracterizada por muitos como uma pandemia. As causas são as mais variadas possíveis passando pelas emocionais, sociais e biológicas. A questão é por que estamos engordando?
A literatura científica tem apontado para fatores ambientais, como sedentarismo e consumo de gordura na dieta, e não para uma tendência genética no crescimento da obesidade mundial. Diversos pesquisadores têm apresentado as possibilidades de fatores ambientais modificarem a expressão gênica, ativando proteínas capazes de modificar a manifestação dos genes contidos no DNA. Isto significa que não teríamos uma alteração na sequência dos genes, mas sim uma alteração em como estes genes estão sendo manifestados no organismo.
No esquema abaixo podemos visualizar estes fatores.
A tendência secular no aumento da obesidade parece ocorrer paralelamente à redução na prática de atividade física e aumento no sedentarismo. O hábito da prática de atividade física é influenciado na criança pelos pais, e quando desenvolvidos nesta fase, tendem a se manter do mesmo modo até a fase adulta. Além disso, uma redução natural no gasto energético é observada com a modernização, ocasionando estilo de vida mais sedentário com transporte motorizado, equipamentos mecanizados que diminuem o esforço físico de homens e mulheres tanto no trabalho como em casa. Já foi demonstrada uma redução de aproximadamente 600 kcal/dia nas crianças com a diminuição do tempo despendido com brincadeiras de rua e o aumento do tempo assistindo televisão. Para uma criança que tem como necessidade diária 1500 kcal, esta redução de 600 kcal é muito significativa. Do mesmo modo cortar grama com as mãos gastava aproximadamente 500 kcal/h, enquanto, com a utilização de cortadores elétricos de grama o gasto diminuiu para 180kcal/h, lavar as roupas no tanque consumia aproximadamente 1500kcal/dia enquanto usar a máquina de lavar requer apenas 270kcal/2h para a mesma quantidade de roupas. De fato poucas atividades hoje em dia são classificadas com muito ativas, enquanto há algumas décadas atrás várias atividades tinham esta característica.
Por outro lado a oferta, disponibilidade e o acesso aos alimentos aumentaram muito nas últimas décadas. As porções servidas em alguns restaurantes, lanchonetes são cada vez maiores e se não forem o cliente reclama que saiu com fome. O refrigerante pequeno em boa parte dos cinemas no Brasil tem meio litro. Tudo leva a um consumo cada vez maior. Com a globalização e a melhora da condição social um número muito maior de pessoas tem acesso a alimentos industrializados em detrimento do consumo de alimentos in natura, frescos. No caso do Brasil, as mudanças demográficas, socioeconômicas e epidemiológicas ao longo do tempo permitiram que ocorresse a denominada transição nos padrões nutricionais, com a diminuição progressiva da desnutrição e o aumento da obesidade. Estas mudanças encontradas no padrão alimentar da população brasileira com maior consumo de gordura saturada, maior ingestão de açúcar, redução do consumo de fibras, cereais (como arroz, feijão) é responsável, junto com a redução do gasto energético, pelo aumento da obesidade e sobrepeso, mas também pela dificuldade que indivíduos comuns têm em emagrecer.
Hoje a ida a academia por 1h ao dia é o mínimo que podemos fazer para compensar todo conforto da vida moderna. Hoje em dia, além deste conforto temos várias desculpas que acabam nos conduzindo a um comportamento mais sedentário, por exemplo, as pessoas não andam a pé porque se sentem inseguras, as crianças brincam mais no computador, dentro dos apartamentos porque é mais seguro. É claro que estes argumentos são válidos, mas não será que acabamos nos apoiando neles para mantermos uma atitude mais sedentária e confortável? Temos vários bairros em São Paulo, ou pequenas cidades nas quais as pessoas moram perto de shoppings, bancos, perto das escolas e mesmo assim acabam fazendo tudo de carro. Até que ponto falamos de insegurança e até que ponto preferimos o conforto? Se o problema é segurança por que então não usamos as escadas ao invés dos elevadores em shoppings, prédios? Por que preferimos chamar um colega de trabalho que está alguns metros de nós pelo telefone ao invés de caminharmos até ele? Sei que muitos dirão, para ganhar tempo…então direi, e perder saúde!
Podemos optar pelo conforto, mas temos que ter consciência do custo que isto representa por outro lado. Precisamos comer menos e melhor, gastar mais energia nas academias e clubes, onde nos sentimos mais seguros, pois do contrário o balanço energético só pode ser positivo: gastamos menos, consumimos mais = engordar.
Algumas dicas práticas:
1) Tente fazer seu dia mais ativo, sempre que possível use escadas, caminhe mais
2) Faça exercícios regularmente, isto tem que ser uma prioridade, é questão de saúde
3) Consuma alimentos mais integrais e frescos, evite alimentos industrializados
4) Coma menos, uma dica: NUNCA repita. Sirva-se uma vez, acabou, acabou!
Luciana Lancha
Nutricionista e Bacharel em Esporte

Disponível em:  http://www.gazetaesportiva.net/blogs/cienciadoesporte/2011/11/22/por-que-estamos-engordando/


Wendell Luiz Linhares

Nenhum comentário:

Postar um comentário