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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Cuidados ao Iniciar uma Atividade Física

Dezembro, época de férias e calor. Muitas pessoas desejam estar com o corpo em dia para esse período e decidem utilizar a atividade física como meio para alcançar o seu objetivo. Até aí tudo bem, o problema é que muitas vezes a condição física atual do individuo não permite a realização de certas atividades, sendo assim uma avaliação médica se faz necessária antes de iniciar-se no maravilhoso mundo dos exercícios e práticas físicas. 

Muitos não levam a sério essas recomendações e acabam pagando o preço. Mesmo atletas e pessoas não sedentárias sofrem lesões, e é isso que mostra o seguinte estudo: 


Tornou-se indiscutível que a pratica regular de exercício físico causa diversas adaptações ao nosso organismo, promovendo uma melhora na nossa saúde e no nosso bem estar. Constatando-se que é benéfico para a grande maioria das pessoas. No entanto, existem alguns praticantes ou futuros praticantes que podem sofrer sérios problemas de saúde ao praticar o exercício físico. É devido a isto que se preconiza a realização de uma avaliação médica antes de iniciar um programa regular de exercício físico e a repetição dela de forma periódica.

Foi pensando nisso que o Papo de Corrida procurou uma das maiores referências hoje em Salvador no que diz respeito à Avaliação clínica pré-participação no exercício e no esporte, o doutor Luis Ritt, para que vocês, caros amigos, possam entender melhor o quanto é importante a avaliação médica pré-participação.

Quais são os objetivos básicos da avaliação pré-participação?

Os objetivos principais de uma avaliação médica para pré-participação em atividade física tem como principal objetivo a detecção de condições, principalmente cardiovasculares, que sejam sub-clínicas e caso não identificadas possam colocar a pessoa em risco durante a prática de atividade física, principalmente as competitivas. Como um objetivo secundário, mas não menos importante, esse é um momento para checar como vão os principais fatores de risco cardiovascular modificáveis como colesterol, obesidade, tabagismo, estresse e traçar metas a serem seguidas.

Já sabemos que ela deve ser periódica, mas de quanto em quanto tempo?

A periodicidade vai depender de fatores do paciente, como idade, fatores de risco, porém, deve-se levar em conta os objetivos com a atividade física:


Exemplos
1 – Um homem de 50 anos, com dislipidemia, pretende fazer corridas 5-10 km, na sua avaliação mostra colesterol e pressão arterial controlada e boa capacidade física na prova de esforço que também foi negativa para isquemia – uma reavaliação em 1 ano está de bom tamanho;


2 – mulher de 35 anos sem fatores de risco, exame clínico normal, vinha sedentária, pretende inicar treinos e tem como objetivo fazer uma meia-maratona em 6 meses – uma reavaliação antes de fazer a prova seria interessante;

3- paciente de 50 anos, fez exames há 3 meses, vinha assintomático, tem dislipidemia leve controlada, exame clínico era normal, faz provas de 5-10 km e agora vem com cansaço no sexto quilômetro e respiração mais ofegante – deve reavaliar neste momento, mesmo antes de completar 1 ano da última avaliação.


De quais exames ela deve ser constituída?

De acordo com as diretrizes nacionais e internacionais o básico é: para homens com menos de 35 anos e mulheres com menos de 45 sem fatores de risco, avaliação clínica e eletrocardiograma; para homens com mais de 35 e mulheres de mais 45 ou aqueles(as) com mais dois fatores de risco cardiovascular, exame clínico, eletrocardiograma e teste de esforço. Isso para avaliar risco, mas a prova de esforço tem outras aplicações, como medir capacidade funcional (VO2 pico) e ajudar a determinar zonas de treinamento (limiares).



Ela é indispensável para qualquer idade?

Sim, inclusive para adolescentes e crianças uma avaliação clínica é importante. É importante que o cardiologista esteja familiarizado com as patologias mais frequentes e que devem ser pesquisadas para cada idade e com os achados aos exames para cada idade. O enfoque nos jovens é principalmente o de identificar afecções cardíacas congênitas, doenças do músculo cardíaco que são geneticamente determinadas, como a cardiopatia hipertrófica, por exemplo. No adulto e naqueles com fatores de risco se destaca a doença isquêmica do coração, que, diga-se de passagem, tem sido identificada cada vez mais em jovens.




De que forma esta avaliação contribui no momento da elaboração do programa de treino?
A avaliação pode ajudar ao profissional de educação física a programar um treino mais individualizado para o aluno, principalmente conhecendo os limites até onde pode levá-lo com segurança. Com a ergoespirometria (teste cardiopulmonar), por exemplo, pode-se determinar o VO2 (consumo de oxigênio) que é a medida mais precisa da capacidade física, um dado que poderá ser usado futuramente e uma reavaliação como parâmetro de ganho de desempenho. Com a determinação dos limiares (limiar anaeróbico ou limiar 1 e ponto de compensação respiratório ou limiar 2) são determinados parâmetros importantes para o treino. De uma forma resumida, poderíamos dizer que a frequência cardíaca ou a carga do limiar 1 seria a mínima para se ter um efeito do treinamento e o limiar 2 o limite superior para os treinamentos mais intensos.


Fontes:
Luiz Eduardo Fonteles Ritt
Médico cardiologista do Instituto Procardíaco Salvador/BA. Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Ergometria pelo Departamento de Ergometria e Exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Também tem especialização em Cardiologia do Exercício/Ergoespirometria e fez residência Médica em Cardiologia no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia-SP.

http://www.ibahia.com/a/blogs/corrida/2012/01/31/a-importancia-da-avaliacao-medica/

Att. Luís Miguel Makohin

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