No dia 11/12/12, aconteceu o jogo da despedida de Marcos, goleiro pentacampeão em 2002 com a Seleção do Brasil!
Abaixo segue reportagem descritiva sobre o jogo festivo para São Marcos!
No adeus, Marcos faz um e não leva gol no 2 a 2 com Brasil de 2002
O torcedor
do Palmeiras que se acostumou a ver Marcos fazer defesas ao longo de
seus 19 anos como atleta do clube abriu ainda mais sorrisos nesta
terça-feira. Em seu jogo
de despedida, no Pacaembu, o ex-goleiro fez seu trabalho eficiente
debaixo das traves e não só evitou gols como balançou as redes. A festa
foi completa para os 36.517 pagantes no duelo entre o Verdão de 1999
sobre a Seleção Brasileira de 2002, que terminou empatado por 2 a 2,
quando o santo palmeirense já havia se tornado centroavante e Sergio
assumido a meta alviverde.
O ponto alto do amistoso
ocorreu aos 22 minutos do primeiro tempo. Quatro minutos antes, Edmundo
sofreu pênalti de Belletti e o estádio inteiro, incluindo quem estava em
campo, gritou para o dono do festejo cobrar. Depois de muita
insistência, o ídolo palmeirense foi empurrado até a marca e bateu com
força, no meio do gol, enquanto o amigo Dida caia para o lado direito.
Um
peso saia das costas do astro da noite. Marcos ergueu o braço direito
correndo em direção aos fãs que estavam no alambrado enquanto os
torcedores se emocionavam, trocando abraços. Após passar a euforia, o
ex-goleiro ainda fez questão de abraçar Dida, pedindo desculpas pelo seu
ato. O tímido arqueiro que defendeu a Portuguesa neste ano abriu um
sorriso, completamente compreensivo.
E a participação de Marcos em
sua partida não se limitou ao inédito gol de pênalti no tempo normal. O
que foi comum em toda a sua carreira ocorreu. Rivaldo tentou encobri-lo
por quatro vezes, fazendo a torcida se levantar com as defesas que
obrigou o ex-goleiro fazer. O mesmo ocorreu em dois chutes de Ronaldo,
um deles cara a cara, e outro forte de Edilson. O fã de Marcos viu tudo o
que queria.
E outros astros estavam em campo. Um deles, por
exemplo, era Edmundo. Enquanto a Seleção de 2002 ficava mais com a bola e
trocava passes, mas sem sucesso para superar Pedrinho, Cléber, Galeano,
César Sampaio e Amaral, escolhidos por César Maluco para compor o setor
defensivo do Verdão de 1999, o Animal se esforçava, jogando sério.
O
ex-atacante chegou a buscar a bola na defesa, ordenando a Pedrinho,
meio campista do Palmeiras no fim do século passado, que deixasse a
lateral direita para melhorar a saída de bola e criar jogadas de perigo.
A vontade de Edmundo o fez até cometer falta dura em Edilson, que fez
os palmeirenses vibrarem tanto quanto suas fintas.
O Verdão jogava
nos contra-ataques, apostando principalmente em Edmundo e em Alex – que
chegou a dar um drible da vaca humilhante em Edmilson, mas raramente
participou do jogo além de passes de lado. Em um deles, aos 41 minutos
do primeiro tempo, Pedrinho recebeu livre na direita e tocou para Evair,
que girou e soltou para Edmundo ir driblando até a a linha de fundo e
rolar para Paulo Nunes escorar com o pé direito nas redes.
Já a
Seleção sofreu com Marcos. O brilho foi individual, como toque de
calcanhar no alto de Roberto Carlos e Denilson, que entrou dominando uma
bola pedindo aplausos e ainda a tocou virando o rosto para o outro
lado, recebendo imediatamente uma bronca bem-humorada do técnico Luiz
Felipe Scolari. Um destaque também foi a entrada de Wellington, filho de
Cafu – o lateral direito chegou a aparecer na ponta esquerda para
tabelar com o herdeiro.
No segundo tempo, César Maluco
mudou quase o time inteiro do Palmeiras de 1999. Obviamente, porém,
manteve Marcos, que logo nos primeiros minutos fez outra defesa difícil
em arremate de Rivaldo, indo buscar em seu canto direito rasteiro. Já a
Seleção Brasileira passou a fazer como no futsal, recolocando jogadores que tinham saído, como Edilson. Só Ronaldo não voltou após o primeiro tempo.
A constante mudanças dos times provocaram lacunas no meio-campo e deram espaço para a Seleção de 2002 aproveitar
o péssimo condicionamento físico da zaga composta por Agnaldo Liz e
Rivarola. O primeiro lance de perigo saiu aos 11 minutos, quando Júnior
cometeu falta na entrada da área e Rivaldo cobrou por baixo. Seguro,
Marcos pulou na bola e não deu qualquer rebote.
A jogada
seria a última do ex-goleiro debaixo da meta alviverde. Logo após ter
feito a defesa, a arbitragem subiu a placa de substituição e o ídolo
palestrino deu lugar ao seu velho amigo Sérgio. Abraçado por todos os
atletas, Marcos foi aplaudido de pé pela torcida e forçou uma mudança no
uniforme utilizado pelo Palmeiras de 1999. Todos os jogadores tiraram
suas camisas e passaram a usar a verde-limão lançada em homenagem ao
ex-arqueiro.
A troca de uniforme veio jutamente com os pedidos
para Marcos retornar ao campo. Receptivo com a torcida, o ex-goleiro
ignorou a invasão de um torcedor na beirada do gramado e substituiu
Evair no ataque. A sua transformação em jogador de linha veio
acompanhada de uma luz direcionada acima de sua cabeça. O holofote
acompanhava todos os passos do Santo e embalou os intermináveis cantos
dos alviverdes.
A festa das arquibancadas, contudo, cessou após os
dois gols que decretaram o empate da Seleção de 2002. O ex-corintiano
Edílson estava determinado em acabar com a alegria dos palmeirenses e,
aos 16 minutos, cabeceou sem chances de defesa para o goleiro Sérgio. Já
aos 24, o Capetinha chutou para boa defesa do arqueiro. Contudo, o
rebote terminou nos pés de Luizão, que não teve problemas para igualar o
amistoso.
Enquanto tentava driblas as dores no joelho para anotar
mais um gol, Marcos presenciou um verdadeiro culto ao ídolo Ademir da
Guia. A torcida do Palmeiras se levantou e entoou o nome do Divino após a
sua entrada em campo. Quando os relógios apontaram meia noite e a
quarta feira, 12 de dezembro de 2012, teve início, as luzes do Pacaembu
se apagaram e uma linda festa foi organizada para o Santo dar o seu
adeus definitivo ao torcedor palmeirense.
*Especial para GE.net
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