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domingo, 1 de junho de 2014

Rugby Feminino - A história das Lobas de Guarapuava


Tudo começou quando Daiana Felchak assistiu o treino de Rugby de uma amiga em Curitiba, juntamente com Tauana Aparecida de Oliveira e Ana Carolina que já havia jogado pela cidade, mas o seu time acabou por falta de atletas, iniciaram o desafio de montar um time de rugby feminino em Guarapuava. A ideia inicial foi reunir um grupo de doze meninas que estivessem dispostas a aceitar o desafio de aprender a jogar, as atletas foram escolhidas a dedo, sendo que a maioria delas eram ex-atletas de algum outro esporte. Logo depois, as meninas procuraram a Associação Lobo Bravo Rugby da cidade, fundado em 20 de outubro de 2003 e que até o momento apresentava um time masculino. O presidente do Clube recebeu-as de braços abertos e disponibilizou um treinador para as meninas: Waldir Recanello começou a fazer parte desse desafio. O primeiro treino aconteceu no dia 23 de Janeiro de 2013, por coincidência, foi no mesmo dia em que nasceu o segundo do filho do treinador. Waldir teve um papel fundamental pois ensinou para as meninas desde como segurar a bola corretamente até o movimento de ombro e quadril necessários para a realizar de um passe.


Após três meses de treinos, as meninas já estavam ansiosas para participarem de sua primeira competição. Em maio aconteceu a tão esperada estréia na II Etapa do Campeonato Paranaense de Rugby. O primeiro jogo foi contra a equipe de Londrina. As lobas foram levadas pela vontade e começaram surpreendendo, conseguindo o primeiro try1 do jogo, mas no final acabaram derrotadas por 14x5. Ainda na mesma etapa acabaram perdendo para as equipes de CRC de Curitiba e Cascavel. Mas foram recompensadas pela surpreendente vitória em cima da equipe de Maringá e ainda conseguiram outra conquista: a atleta Angela Marx foi considerada a revelação da competição. Segundo Tauana: “a equipe foi muito bem recebida pelas adversárias que mandavam frases de apoio e alegria com a nova equipe. O rugby é mesmo lindo! As meninas voltaram apaixonadas pelo esporte e por tudo. Isso só nos deu mais forças para continuar.”
1 Quando um jogador ultrapassa a linha de in-goal do time adversário (a linha de fundo) e apóia a bola no solo. Pontuação mais alta do rugby, valendo 5 pontos.

No mesmo ano, as Lobas ainda disputaram mais duas etapas do Campeonato Paranaense, em Cascavel, onde Tauana foi considerada a atleta destaque, e em Curitiba. Participaram ainda dos Jogos Abertos em Cascavel, onde conseguiram a 3° colocação e mais um premio individual: Tauana foi indicada ao Prêmio Orgulho do Paraná.


Tauana, além do seu papel fora de campo também é a capitã da equipe. “No rugby o capitão desempenha um papel importante, pois é o único que pode se dirigir ao árbitro e também é o principal representante da equipe em todas as questões internas de clube e dentro de campo, bem como exercício de total liderança dentro do grupo.” diz ela.

Os treinos da equipe acontecem nas segundas, quartas e sextas-feiras às 22h30min e domingos às 15h30min. Os horários dos treinos permitem que as atletas possam conciliar trabalho e rugby sendo o único período em que todas podem treinar.

Todos os custos com uniformes, inscrições, tratamentos de atletas e tudo mais sempre foram custeados pelas próprias atletas e por alguns patrocinadores, a Prefeitura de Guarapuava também apóia o time disponibilizando o transporte necessário para as competições. A equipe ainda conta com o auxílio de Raissa Campello que é a assessora de marketing e dá suporte em tudo no que diz respeito à logística para a equipe.

Neste ano a I etapa do Campeonato Paranaense foi realizada na cidade de Guarapuava, o que foi um grande feito para a cidade e para a maior divulgação e apreciação do rugby, o clube ainda conseguiu convênio com a Faculdade Guairacá e no mês passado, participando do projeto SESI atletas do futuro o clube em parceria com a Prefeitura de Guarapuava, abriu escolinhas de iniciação para meninos e meninas com idades de 11 a 14 anos.

Em abril as Lobas Angela Marx, Maria Luiza Borazo e Elaine Aquino foram convocadas para uma pré-seleção da seleção brasileira de rugby que se preparava para as olimpíadas.




Apresentação: Eu sou Tauana Aparecida de Oliveira, tenho 25 anos e comecei a jogar rugby com 24. Sou Profissional de Educação Física, Bacharel pela Universidade Estadual do Centro-oeste e Licenciada pela Faculdade Guairacá, Especialista em Medicina do Esporte pela Universidade Estadual do centro-oeste e Especializada em Docência do Ensino Superior pela Universidade Estadual do Centro-Oeste. Trabalho com treinamento desportivo (futsal) e coordenação técnica na Cidade de Pinhão, pela Prefeitura Municipal. Treino muay thai (ponta azul é minha graduação), faço musculação e jogo futsal, além do rugby.


Na sua opinião, porque o rugby ainda é visto por muitas pessoas como um esporte violento?
Primeiro, as pessoas acham violento porque realmente não conhecem e se fecham a apenas conhecer o que lhes é mostrado, como o futebol por exemplo. O rugby é um esporte de extremo contato físico e posso afirmar que vejo menos lesões no rugby do que em qualquer outro esporte. Minha explicação para isso sem embasamento teórico e sem uma pesquisa realizada é que o rugbier sabe o que o espera em campo, então a sua preparação física é extenuante. É uma pena que as pessoas em sua maioria pensem ser um esporte violento, pois ele é um jogo extremamente técnico e leal. Os tackles2 tem uma técnica própria ensinada minuciosamente para ser bem realizada e não machucar o adversário, pois no rugby o que se preza é o respeito ao adversário e ao árbitro, pois sem o adversário, sem o árbitro, sem os atletas não seria possível existir o rugby. Enfim, para os rugbier o rugby está acima de tudo.
2 Forma legal de parar o adversário que é permitida no rugby.

Quais seus objetivos e expectativas para o futuro em relação ao rugby e ao time?
Espero que o rugby alcance o mais alto patamar esportivo tanto no Brasil como no Estado. Desejo um dia chegar à seleção brasileira e sim acho isso possível ou que pelo menos uma de minhas companheiras consiga tal feito. Temos planejado trabalhos de iniciação esportiva no rugby para termos renovação e um plantel maior de atletas. E com relação ao time, espero que ele nunca mais acabe e que consigamos estar entre os melhores do Paraná, conseguir títulos e disputar brasileiros. Além de firmar parcerias com empresas em contrapartida que realizamos trabalhos sociais como forma de causar um impacto positivo na sociedade através do rugby.


Gostaria de agradecer a minha amiga Tauana pela ajuda e desejar a todas as Lobas muito sucesso e novas conquistas.


Se você quiser acompanhar ou saber mais, curta a página das Lobas no facebook: https://www.facebook.com/LobasRugbyFemininoGuarapuava ou acesse o site http://www.lobobravorugby.com.br.


Att: Aline Melnyk

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