Tudo começou quando Daiana Felchak
assistiu o treino de Rugby de uma amiga em Curitiba, juntamente com Tauana
Aparecida de Oliveira e Ana Carolina que já havia jogado pela cidade, mas o seu
time acabou por falta de atletas, iniciaram o desafio de montar um time de rugby
feminino em Guarapuava. A ideia inicial foi reunir um grupo de doze meninas que
estivessem dispostas a aceitar o desafio de aprender a jogar, as atletas foram
escolhidas a dedo, sendo que a maioria delas eram ex-atletas de algum outro
esporte. Logo depois, as meninas procuraram a Associação Lobo Bravo Rugby da
cidade, fundado em 20 de outubro de 2003 e que
até o momento apresentava um time masculino. O presidente do Clube recebeu-as de braços abertos e disponibilizou um
treinador para as meninas: Waldir Recanello começou a fazer parte desse
desafio. O primeiro treino aconteceu no dia 23 de Janeiro de 2013, por
coincidência, foi no mesmo dia em que nasceu o segundo do filho do treinador.
Waldir teve um papel fundamental pois ensinou para as meninas desde
como segurar a bola corretamente até o movimento de ombro e quadril necessários
para a realizar de um passe.
Após três meses de treinos, as meninas já estavam
ansiosas para participarem de sua primeira competição. Em maio aconteceu a tão
esperada estréia na II Etapa do Campeonato Paranaense de Rugby. O primeiro jogo
foi contra a equipe de Londrina. As lobas foram levadas pela vontade e
começaram surpreendendo, conseguindo o primeiro try1 do jogo, mas no
final acabaram derrotadas por 14x5. Ainda na mesma etapa acabaram perdendo para
as equipes de CRC de Curitiba e Cascavel. Mas foram recompensadas pela
surpreendente vitória em cima da equipe de Maringá e ainda conseguiram outra
conquista: a atleta Angela Marx foi considerada a revelação da competição.
Segundo Tauana: “a equipe foi muito bem recebida pelas adversárias que mandavam
frases de apoio e alegria com a nova equipe. O rugby é mesmo lindo! As meninas
voltaram apaixonadas pelo esporte e por tudo. Isso só nos deu mais forças para
continuar.”
1 Quando um
jogador ultrapassa a linha de in-goal do time
adversário (a linha de fundo) e apóia a bola no solo. Pontuação mais alta do
rugby, valendo 5 pontos.
No mesmo ano, as Lobas ainda disputaram mais duas etapas
do Campeonato Paranaense, em Cascavel, onde Tauana foi considerada a atleta
destaque, e em Curitiba. Participaram ainda dos Jogos Abertos em Cascavel, onde
conseguiram a 3° colocação e mais um premio individual: Tauana foi indicada ao
Prêmio Orgulho do Paraná.
Tauana, além do seu papel fora de campo também é a capitã
da equipe. “No rugby o capitão desempenha um papel importante, pois é o único
que pode se dirigir ao árbitro e também é o principal representante da equipe
em todas as questões internas de clube e dentro de campo, bem como exercício de
total liderança dentro do grupo.” diz ela.
Os treinos da equipe acontecem nas segundas, quartas e
sextas-feiras às 22h30min e domingos às 15h30min. Os horários dos treinos
permitem que as atletas possam conciliar trabalho e rugby sendo o único período
em que todas podem treinar.
Todos os custos com uniformes, inscrições, tratamentos de
atletas e tudo mais sempre foram custeados pelas próprias atletas e por alguns
patrocinadores, a Prefeitura de Guarapuava também apóia o time disponibilizando
o transporte necessário para as competições. A equipe ainda conta com o auxílio
de Raissa Campello que é a assessora de marketing e dá suporte em tudo no que
diz respeito à logística para a equipe.
Neste ano a I etapa do Campeonato Paranaense foi
realizada na cidade de Guarapuava, o que foi um grande feito para a cidade e
para a maior divulgação e apreciação do rugby, o clube ainda conseguiu convênio
com a Faculdade Guairacá e no mês passado, participando do projeto SESI atletas
do futuro o clube em parceria com a Prefeitura de Guarapuava, abriu escolinhas
de iniciação para meninos e meninas com idades de 11 a 14 anos.
Em abril as Lobas Angela Marx,
Maria Luiza Borazo e Elaine Aquino foram convocadas para uma pré-seleção
da seleção brasileira de rugby que se preparava para as olimpíadas.
Apresentação: Eu sou Tauana Aparecida de Oliveira, tenho
25 anos e comecei a jogar rugby com 24. Sou Profissional de Educação Física,
Bacharel pela Universidade Estadual do Centro-oeste e Licenciada pela Faculdade
Guairacá, Especialista em Medicina do Esporte pela Universidade Estadual do
centro-oeste e Especializada em Docência do Ensino Superior pela Universidade
Estadual do Centro-Oeste. Trabalho com treinamento desportivo (futsal) e
coordenação técnica na Cidade de Pinhão, pela Prefeitura Municipal. Treino muay
thai (ponta azul é minha graduação), faço musculação e jogo futsal, além do rugby.
Na sua opinião, porque o rugby ainda é visto por muitas
pessoas como um esporte violento?
Primeiro, as pessoas acham violento porque realmente não
conhecem e se fecham a apenas conhecer o que lhes é mostrado, como o futebol
por exemplo. O rugby é um esporte de extremo contato físico e posso afirmar que
vejo menos lesões no rugby do que em qualquer outro esporte. Minha explicação
para isso sem embasamento teórico e sem uma pesquisa realizada é que o rugbier
sabe o que o espera em campo, então a sua preparação física é extenuante. É uma
pena que as pessoas em sua maioria pensem ser um esporte violento, pois ele é
um jogo extremamente técnico e leal. Os tackles2 tem uma técnica
própria ensinada minuciosamente para ser bem realizada e não machucar o adversário,
pois no rugby o que se preza é o respeito ao adversário e ao árbitro, pois sem
o adversário, sem o árbitro, sem os atletas não seria possível existir o rugby.
Enfim, para os rugbier o rugby está acima de tudo.
2 Forma legal de parar o adversário que é permitida no rugby.
Quais seus objetivos e expectativas para o futuro em
relação ao rugby e ao time?
Espero que o rugby alcance o mais alto patamar esportivo
tanto no Brasil como no Estado. Desejo um dia chegar à seleção brasileira e sim
acho isso possível ou que pelo menos uma de minhas companheiras consiga tal
feito. Temos planejado trabalhos de iniciação esportiva no rugby para termos
renovação e um plantel maior de atletas. E com relação ao time, espero que ele
nunca mais acabe e que consigamos estar entre os melhores do Paraná, conseguir
títulos e disputar brasileiros. Além de firmar parcerias com empresas em
contrapartida que realizamos trabalhos sociais como forma de causar um impacto
positivo na sociedade através do rugby.
Gostaria de agradecer a minha amiga
Tauana pela ajuda e desejar a todas as Lobas muito sucesso e novas conquistas.
Se você quiser acompanhar ou saber mais, curta a página
das Lobas no facebook: https://www.facebook.com/LobasRugbyFemininoGuarapuava ou
acesse o site http://www.lobobravorugby.com.br.
Att: Aline Melnyk
Nenhum comentário:
Postar um comentário